Eduardo Galeano

Eduardo Galeano foi um escritor uruguaio. É autor de obras ficcionais e ensaísticas, de caráter político e histórico. A mais conhecida é As veias abertas da América Latina.

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Eduardo Galeano foi um autor uruguaio. Ele nasceu em 3 de setembro de 1940, em Montevidéu, no Uruguai. Mais tarde, trabalhou como cartunista, entregador, office boy, além de trabalhar em alguns periódicos. Apesar de ser integrante de uma família católica, abandonou a religião ainda na adolescência, período em que teve contato com os ideais socialistas.

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O escritor, que faleceu em 13 de abril de 2015, em Montevidéu, é um dos mais famosos autores uruguaios. Sua obra apresenta cunho político, histórico e social. Suas narrativas apresentam lirismo e fragmentação. As veias abertas da América Latina, de cunho anti-imperialista, é sua obra teórica mais famosa.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Eduardo Galeano

  • Eduardo Galeano foi um autor uruguaio que nasceu em 1940 e faleceu em 2015.
  • O escritor foi criado em uma família tradicional e católica, mas abandonou a religião quando tinha 13 anos de idade.
  • Não terminou o ensino médio, pois precisou trabalhar para ajudar nas despesas da família.
  • Galeano era um intelectual de esquerda, socialista e anticapitalista.
  • Seus livros valorizam a identidade latino-americana e apresentam caráter político, histórico e social.
  • Sua obra mais famosa é o livro de viés político e teórico As veias abertas da América Latina.

Biografia de Eduardo Galeano

Fotografia de Eduardo Galeano, um autor uruguaio.
Eduardo Galeano foi um autor uruguaio.[1]

→ Nascimento de Eduardo Galeano

Eduardo Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940, em Montevidéu, no Uruguai.

→ Infância de Eduardo Galeano

Galeano foi criado em uma família tradicional e católica. Desse modo, o menino sonhava em ser padre; porém, com 13 anos de idade, o autor abandonou a religião.

→ Juventude de Eduardo Galeano

O socialismo ou a ser objeto de interesse em sua juventude. Com 14 anos de idade, começou a trabalhar como cartunista no jornal El Sol, de ideologia socialista. Foi nesse jornal que o jovem começou a se interessar e aprender sobre política. Além desse emprego, também trabalhou como entregador em uma fábrica de inseticidas.

Assim, para ajudar nas despesas da família, o escritor parou de frequentar a escola. Desse modo, não concluiu o que hoje chamamos de ensino médio. Mas o autor gostava muito de ler e aprendia bastante com a leitura de vários livros. Galeano também trabalhou como office boy em um banco.

No final da década de 1950, tentou suicídio, sem sucesso. Nessa espécie de renascimento, ele ou a com o sobrenome da mãe em vez de usar o do pai, ou seja, Galeano (de origem espanhola) em vez de Hughes (de origem alemã). Além disso, decidiu trabalhar exclusivamente em periódicos. Assim, morou seis meses na Argentina, onde trabalhou na revista Che, de esquerda. Em 1960, ou a trabalhar no jornal uruguaio também de esquerda Marcha.

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→ Casamentos de Eduardo Galeano

Eduardo Galeano se casou três vezes. Seu primeiro casamento ocorreu em 1959, quando se casou com Silvia Brando. Sua segunda esposa foi Graciela Berro Rovira. Por fim, sua terceira esposa foi Helena Villagra, com quem viveu até 2015.

→ Filhos de Eduardo Galeano

Com Silvia Brando teve uma filha, chamada Verónica Hughes Brando. Além dela, teve outros dois filhos, ou seja, Florencia Hughes Berro e Claudio Hughes Berro, frutos de sua relação com Graciela Berro Rovira.

→ Carreira e exílio de Eduardo Galeano

Na década de 1960, Galeano publicou seus primeiros livros. Iniciava assim sua bem-sucedida carreira de escritor. Continuou escrevendo para jornais e revistas, além de conhecer alguns países. Como pensador de esquerda, sofreu perseguição após o golpe militar ocorrido no Uruguai em 1973. Por isso, precisou se mudar para a Argentina. Ali, criou a revista Crisis. Porém, quando, em 1976, ocorreu o golpe militar na Argentina, Galeano se exilou na Espanha até 1985.

→ Morte de Eduardo Galeano

O autor faleceu em 13 de abril de 2015, em Montevidéu.

Características das obras de Eduardo Galeano

A seguir, as principais características das obras de Eduardo Galeano:

  • Caráter político, histórico e social
  • Reconstrução da identidade latino-americana
  • União entre história, ficção e identidade
  • Crítica historiográfica
  • Oposição à visão colonizadora
  • Valorização da natureza e da cultura latino-americanas
  • Ausência de capítulos
  • Fragmentação temporal
  • Lirismo
  • Oposição entre realidade e ficção
  • Tensão entre individual e coletivo

O que Eduardo Galeano defendia?

Galeano era de esquerda e defendia ideias socialistas e anticapitalistas.

Obras de Eduardo Galeano

  • Os dias seguintes (1963)
  • China (1964)
  • Guatemala (1967)
  • Os fantasmas do dia do leão e outros relatos (1967)
  • Sua majestade o futebol (1968)
  • As veias abertas da América Latina (1971)
  • Sete imagens da Bolívia (1971)
  • Violência e alienação (1971)
  • Crônicas latino-americanas (1972)
  • Vagamundo (1973)
  • A canção de nós (1973)
  • Conversas com Raimón (1977)
  • Dias e noites de amor e de guerra (1978)
  • Vozes de nosso tempo (1981)
  • Memória do fogo (1982-1986)
  • A pedra arde (1983)
  • As aventuras dos jovens deuses (1984)
  • Janela sobre Sandino (1985)
  • O descobrimento da América que ainda não foi e outros escritos (1986)
  • O tigre azul e outros artigos (1988)
  • O livro dos abraços (1989)
  • Nós dizemos não (1989)
  • Amares (1993)
  • As palavras andantes (1993)
  • O futebol ao sol e à sombra (1995)
  • Ser como eles (1997)
  • Mulheres (1997)
  • O teatro do bem e do mal (2002)
  • Bocas do tempo (2004)
  • Espelhos (2008)
  • Os filhos dos dias (2012)

e também: Julio Cortázar — autor argentino que é um importante nome da literatura latino-americana

Poemas de Eduardo Galeano

Apesar de a escrita de Eduardo Galeano apresentar elementos líricos ou poéticos, o autor não escreveu nenhum livro apenas com poemas. De todo modo, em O livro dos abraços, encontramos o famoso texto poético intitulado “os ninguéns”:

As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.

Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:

Que não são, embora sejam.

Que não falam idiomas, falam dialetos.

Que não praticam religiões, praticam superstições.

Que não fazem arte, fazem artesanato.

Que não são seres humanos, são recursos humanos.

Que não têm cultura, têm folclore.

Que não têm cara, têm braços.

Que não têm nome, têm número.

Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.

Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.

As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano

Capa do livro “As veias abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano, publicado pela editora L&PM.
Capa do livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, publicado pela editora L&PM.[2]

A obra As veias abertas da América Latina é um livro de caráter ensaístico ou teórico. Nessa obra de viés político, o autor revisita a história da América Latina e evidencia a exploração sofrida desde a colonização espanhola e portuguesa até a dominação imperialista dos Estados Unidos.

Portanto, a obra tem ideologia anticolonialista e anticapitalista e analisa os efeitos da exploração histórica dos países latino-americanos. O livro é composto por uma introdução, intitulada “Cento e vinte milhões de crianças no centro da tormenta”, além de duas partes:

  • A pobreza do homem como resultado da riqueza da terra;
  • O desenvolvimento e uma viagem com mais náufragos do que navegantes.

Frases de Eduardo Galeano

A seguir, algumas frases de Eduardo Galeano, retiradas de sua obra O livro dos abraços:

  • “O narrador, o que conta a memória, coletiva, está todo brotado de pessoinhas.”
  • “A ditadura uruguaia queria que cada um fosse apenas um, que cada um fosse ninguém.”
  • “Quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha.”
  • “Todos, todos, temos algo a dizer aos outros, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada.”
  • “O sistema, que não dá de comer, tampouco dá de amar: condena muitos à fome de pão e muitos mais à fome de abraços.”

Créditos de imagem

[1] Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Editora L&PM (reprodução)

Fontes

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Tradução de Eric Nepomuceno. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2002.

MONTEIRO, Andrei Adornes. El fútbol a sol y sombra: história e futebol na obra de Eduardo Galeano. 2018. TCC (Licenciatura em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.

MUNIZ, Roberta Maria da Silva; CORDIVIOLA, Alfredo Adolfo. América Latina nas narrativas de Eduardo Galeano: (re)visões de história, ficção e identidade. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL PENSAR E REPENSAR A AMÉRICA LATINA, 2., São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 2016.

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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SOUZA, Warley. "Eduardo Galeano"; Brasil Escola. Disponível em: /literatura/eduardo-galeano.htm. o em 23 de maio de 2025.
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