João Paulo II

O papa João Paulo II, polonês de nascença, foi o 264º pontífice da Igreja Católica e um dos mais longevos na posição.

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O papa João Paulo II foi o 264º pontífice da Igreja Católica e esteve nessa posição por mais de 26 anos. Ele era polonês de nascença, aderiu aos estudos religiosos na década de 1940 e foi ordenado padre em 1946.

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Durante o papado, que se estendeu de 1978 a 2005, ele criticou diversos conflitos que aconteceram no planeta, bem como o uso de penas de morte, e manteve posições tradicionais em questões como aborto, eutanásia e uso de métodos contraceptivos. Além disso, muitos historiadores alegam que ele teve papel ativo na queda do bloco socialista no Leste Europeu.

Leia também: Lista com todos os papas da história

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o papa João Paulo II

  • O papa João Paulo II era polonês de nascença e se chamava Karol Józef Wojtyla.
  • Ele ingressou no seminário religioso de maneira clandestina durante a Segunda Guerra Mundial.
  • Foi ordenado padre em 1946; bispo em 1958; arcebispo em 1964.
  • Foi eleito como o 264º papa em 16 de outubro de 1978.
  • Sofreu dois atentados, um em 1981 e outro em 1982.
  • Teve um pontificado longevo com 26 anos e 168 dias de duração.
  • Faleceu de choque séptico em 2 de abril de 2005.

Biografia de João Paulo II

  • Nascimento de João Paulo II

Karol Józef Wojtyla, mundialmente conhecido como papa João Paulo II, nasceu na cidade de Wadowice, na Polônia, no dia 18 de maio de 1920. Ele foi o filho mais novo do casal formado por Karol Wojtyla, um polonês étnico, e Emilia Kaczorowska, que possuía descendência lituana. Ele era irmão de Olga, que morreu antes de Karol nascer, e de Edmund.

Retrato de casamento dos pais do papa João Paulo II.
Retrato de casamento dos pais do papa João Paulo II.
  • Infância de João Paulo II

A infância de Karol foi marcada pela perda de sua mãe, que faleceu precocemente de um ataque cardíaco, em 1929. Outra perda significativa para Karol foi a morte de seu irmão mais velho, Edmund. Ele era 13 anos mais velho que Karol e trabalhava como médico. Seu ofício acabou o levando à morte, pois contraiu escarlatina de um de seus pacientes.

A morte de Edmund foi um grande choque para o jovem Karol, pois ele tinha uma relação de grande proximidade com o irmão. Era o irmão e o pai deles que cuidavam do jovem Karol, ainda uma criança. Karol viveu sua infância em sua cidade natal, possuindo um grande interesse por esportes, como o futebol, interesse esse que foi fortemente incentivado por Edmund.

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  • Juventude de João Paulo II

Em 1938, Karol e seu pai abandonaram Wadowice e se mudaram para a Cracóvia. Lá, Karol se matriculou na Universidade Jaguelônica, onde estudava filologia e onde aprendeu diversos idiomas. Nesse mesmo ano ele ingressou no serviço militar compulsório e no ano seguinte viu sua vida mudar radicalmente.

Em 1939, a Polônia foi invadida pelos nazistas, marcando o início da Segunda Guerra Mundial. Os nazistas fecharam todas as universidades do país, forçando todos os homens poloneses a ingressarem no mercado como mão de obra. Karol foi obrigado a realizar diferentes ofícios.

Em 1941, ele sofreu uma nova perda: seu pai, também chamado Karol, sofreu um ataque cardíaco. Com isso, Karol havia perdido todas as pessoas de sua família mais próxima. A morte do seu pai fez com que Karol cogitasse seriamente entrar para o sacerdócio.

  • João Paulo II como bispo e cardeal

Karol teve contato com o catolicismo durante toda a sua vida, mas, em 1942, ele decidiu ir ao palácio arcebispal de Cracóvia, pedindo a oportunidade de estudar em um seminário religioso. A Igreja Católica mantinha um seminário clandestino na cidade sob a liderança de Adam Stefan Spaieha, arcebispo local.

Karol ingressou nesse seminário clandestino e, em 1944, ou os últimos meses da ocupação alemã, entre 1944 e 1945, escondido no palácio arcebispal. Lá ele ficou escondido para que não fosse aprisionado pelos alemães nazistas. Em 17 de janeiro de 1945, com a fuga alemã, o seminário religioso pôde ser retomado de maneira pública e segura.

Karol foi ordenado padre no dia 1º de novembro de 1946, sendo enviado para fora da Polônia para retomar os seus estudos, tornando-se doutor em 1948. Ele retornou para a Polônia no mesmo ano, dando início ao seu sacerdócio em algumas paróquias polonesas. Ele também atuava como professor universitário na Universidade Jaguelônica e na Universidade Católica de Lublin.

Retrato de Karol Wojtyla em 1958.
Retrato de Karol Wojtyla em 1958.

Em 1958, ele foi ordenado bispo de Ombi e, em 1964, arcebispo da Cracóvia. Em 1967, ele foi ordenado para o Colégio dos Cardeais, ocupando a posição de cardeal-presbítero de San Cesareo in Palatio. A rápida ascensão de Karol demonstrou a importância de seu trabalho religioso.

Entre as contribuições de Karol para questões doutrinárias da Igreja Católica, podemos destacar o reconhecimento pela igreja da liberdade religiosa como um direito de toda a humanidade; ele também foi um dos artífices de um documento chamado Gaudium et Spes, que fala sobre o papel da Igreja Católica no mundo; e também atuou no reforço da proibição ao aborto e do uso de métodos contraceptivos para os fiéis católicos.

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Eleição de João Paulo II como papa

Em agosto de 1978, o papa Paulo VI morreu, dando início a um novo conclave para determinar quem seria o novo papa. O novo papa eleito foi João Paulo I, que morreu com 33 dias de pontificado, dando início a um novo conclave. Esse conclave se iniciou em 14 de outubro de 1978 e Karol Wojtyla foi eleito em 16 de outubro de 1978.

Com a vitória, Karol aceitou o pontificado e assumiu sua posição como papa com o nome de João Paulo II. A escolha desse nome foi uma homenagem de João Paulo II ao seu antecessor, João Paulo I, além de também estar homenageando Paulo VI e João XXIII. Ele foi o 264º papa da história da Igreja Católica e o primeiro não italiano em 455 anos.

Papado de João Paulo II

Papa João Paulo II em Nova Iorque, em 1979.
Papa João Paulo II em Nova Iorque, em 1979.

Durante o seu pontificado, João Paulo II ficou marcado por ampliar o diálogo com representantes de outras religiões, procurando aproximar o catolicismo dessas religiões e combater a indiferença e intolerância religiosa. As relações do catolicismo com o anglicanismo, judaísmo, ortodoxismo e outras denominações e religiões foram reforçadas durante o pontificado do polonês.

O papa João Paulo II também procurou atuar na mediação pela paz mundial. Ele mediou um conflito territorial entre chilenos e argentinos na década de 1970 e procurou intervir diplomaticamente para encerrar a Guerra das Malvinas. Além de ter atuado pela derrubada de algumas ditaduras, melhorou as relações do Vaticano com Cuba.

Politicamente, João Paulo II adotou uma postura abertamente anticomunista, posicionando-se abertamente contra os regimes socialistas e agindo para garantir a queda desses regimes, sobretudo o polonês. O papa também colaborou com o governo de Ronald Reagan no combate ao comunismo, auxiliando na sabotagem do sandinismo na Nicarágua e no reforço da oposição anticomunista na Polônia.

Ele também adotou outras posturas conservadoras, sobretudo na questão da reprodução, não apoiando o uso de métodos contraceptivos e impedindo que mulheres fossem ordenadas a posições dentro da Igreja Católica. Ele também se opunha à realização da eutanásia para os casos em que ela fosse possível.

Em questões sociais, o papa João Paulo II defendeu a justiça social, opôs-se ao regime de segregação do Apartheid, na África do Sul, e condenou diversos conflitos, como a Guerra do Golfo, em 1991; o genocídio que ocorreu em Ruanda, em 1994; e a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003. Ele também se posicionou contra todas as penas de morte existentes.

Ao longo de seu pontificado, realizou inúmeras viagens, estando presente em 129 países ao longo de seu pontificado. Em suas viagens, ele esteve no Brasil em quatro ocasiões: em 1980, 1982, 1991 e 1997.

Atentado a João Paulo II

Em 13 de maio de 1981, o papa João Paulo II sofreu uma tentativa de assassinato quando um homem turco chamado Mehmet Ali Agca atirou contra o papa na Praça de São Pedro, no Vaticano. O responsável pelo atentado foi imediatamente preso, enquanto o papa foi levado de maneira emergencial para receber o cuidado médico necessário.

Ali Agca atirou cinco vezes e três tiros acertaram o abdômen do papa, afetando de maneira severa o seu intestino. O autor do atentado era membro de uma organização ultranacionalista e fascista da Turquia chamada Lobos Cinzentos. O papa foi submetido a uma cirurgia, que durou mais de cinco horas e que foi responsável por retirar 55 centímetros do seu intestino.

O papa perdoou Ali Agca, visitando-o na prisão em 1983. Antes disso, em 1982, o papa João Paulo II foi alvo de outra tentativa de assassinato, realizado dessa vez por Juan María Fernández y Krohn, um padre que se opunha às ações de João Paulo II, acusando-o de ser um agente comunista no interior da Igreja Católica.

Leia também: Papa Francisco — o primeiro papa latino-americano da história

Morte de João Paulo II

A saúde do papa João Paulo II demonstrou sinais de declínio a partir da década de 1990. Em 1992, ele retirou um tumor benigno do intestino, perdendo mais 15 centímetros do órgão. Ele também sofreu acidentes, fraturando o ombro direito e o fêmur em diferentes ocasiões. Em 2001, foi anunciado que o papa sofria com a doença de Parkinson.

Em 2005, a saúde de João Paulo II tornou-se muito delicada, com ele tendo problemas para respirar e falar. Em 31 de março, ele apresentou uma infecção urinária, falecendo por conta de um choque séptico, em 2 de abril de 2005. Posteriormente, foi iniciado um processo de beatificação de João Paulo II, sendo finalizado em 2011. Em 2014, ele foi canonizado, sendo reconhecido como São João Paulo II. Seu dia é celebrado em 22 de outubro.

Quanto tempo João Paulo II ficou como papa?

João Paulo II foi papa entre os dias 16 de outubro de 1978 até 2 de abril de 2005, totalizando 26 anos e 168 dias como pontífice da Igreja Católica.

Frases de João Paulo II

  • A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano.
  • A paz exige quatro condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade.
  • A celebração da Eucaristia não é só o dever mais sagrado, mas, sobretudo, a necessidade mais profunda da alma.
  • Que os homens aprendam a lutar pela justiça sem violência, renunciando tanto à luta de classes nas controvérsias internas como à guerra nas internacionais.

Créditos da imagem

[1] daily_creativity e Shutterstock

Fontes

REDAÇÃO. Perfil biográfico de João Paulo II. Disponível em: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/biografia/documents/hf_jp-ii_spe_20190722_biografia.html

REDAÇÃO. S. João Paulo II, Papa. Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/10/22/s--joao-paulo-ii--papa.html

Retrato de João Paulo II.
João Paulo II foi o papa entre os anos de 1978 e 2005.[1]
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
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SILVA, Daniel Neves. "João Paulo II"; Brasil Escola. Disponível em: /biografia/joao-paulo-ii.htm. o em 28 de maio de 2025.
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