Epicuro foi um filósofo grego do período helenístico que fundou o epicurismo, uma filosofia voltada para a busca da felicidade por meio do prazer moderado e da tranquilidade da alma. Ele acreditava que a verdadeira satisfação vinha da ausência da dor (aponia) e da paz interior (ataraxia), rejeitando o luxo e os excessos. Defendia que o conhecimento vinha da experiência sensorial e que os deuses, se existissem, não interferiam na vida humana. Criou sua própria escola, o Jardim de Epicuro, onde ensinava uma vida simples baseada na amizade e na reflexão. 294w4z
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Epicuro (341 a.C.–270 a.C.) foi um filósofo grego antigo do período helenístico. A filosofia helenística foi desenvolvida no período em que Alexandre Magno expandiu o Império Macedônico por, inicialmente, todo o território grego e, mais tarde, para fora dos domínios do Mar Mediterrâneo. Epicuro nasceu na ilha de Samos e morou em algumas cidades gregas até estabelecer-se em Atenas, no ano 323 a.C.
Epicuro iniciou os estudos filosóficos ainda bem jovem, conhecendo o pensamento pré-socrático por meio de Demócrito, o criador da teoria do átomo. Já em Atenas, conheceu o platonismo por meio de discípulos de Platão, que lecionavam na Academia, escola filosófica fundada pelo próprio Platão, e conheceu também as teorias aristotélicas.
Epicuro era essencialmente contra as teorias plantonistas e aristotélicas, pois acreditava que a filosofia não deveria se limitar à teoria metafísica (ou mesmo à práxis), mas deveria de fato orientar a vida prática com base em lições e exercícios. Por isso, ele fundou a sua própria doutrina, o epicurismo, e a difundiu mediante sua escola, o Jardim de Epicuro. O filósofo morreu em 270 a.C., aos 72 anos de idade.
Como uma filosofia orientada para a vida prática, as ideias epicuristas também estavam ligadas a isso, diferenciando-se do platonismo e do aristotelismo, por exemplo, que tinham uma função essencialmente teórica. O epicurismo desenvolveu um ideário voltado para a boa vida, para a vida feliz, levando aos seus adeptos uma série de elementos que melhorariam a sua vida.
A vida feliz está essencialmente ligada à presença de prazer e ausência de dor. No entanto, o prazer para Epicuro não é um elemento obtido por meios externos ao ser humano, e sim internos.
Em síntese, podemos destacar as seguintes ideias:
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Dentre todos os ideais epicuristas, podemos destacar três áreas fundamentais que condensam o seu pensamento filosófico, além de representarem uma síntese do que era a filosofia na Antiguidade:
Epicuro de Samos elaborou um paradoxo que expressa o seu pensamento cético em relação aos deuses (ou a um Deus) que interferem na vida humana. Segundo o pensador, é impossível que os deuses ou Deus sejam onipotentes e benevolentes, dadas as constatações da própria existência humana, ou seja, a constatação do mal no mundo. O paradoxo pode ser resumido da seguinte maneira:
Quando residiu em Atenas, Epicuro fundou uma escola filosófica chamada O Jardim de Epicuro. O Jardim era totalmente diferente das escolas da época, como a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, pois, nele, os alunos não aprendiam apenas retórica, metafísica, lógica, matemática, educação física, política e ética (como era comum na época). Os estudantes (epicuristas) aprendiam exercícios práticos que os orientavam para uma vida feliz, visando à aponia e à ataraxia.
No Jardim, Epicuro e seus discípulos viviam de maneira simples, sem luxos, valorizando sempre a aquisição do conhecimento e a moderação das paixões como princípios indispensáveis para a ataraxia (a vida sem perturbações) e a consequente felicidade.
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Epicuro sempre defendeu a importância de não temer a morte, pois a morte significa o fim de tudo, inclusive do sofrimento. Até o último momento de sua vida, ele foi fiel ao que pregou como requisito para a felicidade: não temeu a morte e não sucumbiu diante de uma morte dolorosa.
Provavelmente, Epicuro morreu, aos 72 anos de idade, em decorrência de cálculos renais. Esse problema de saúde pode causar muita dor, ainda mais em uma época em que não se sabia de um tratamento adequado e não existia conhecimento suficiente sobre analgésicos. O filósofo, no entanto, aceitou o fim de sua vida como sendo a conclusão necessária de seu ciclo.
Não existem tantas obras inteiras de Epicuro que resistiram à ação do tempo, sendo assim difícil encontrar raciocínios completos que realmente traduzam, de maneira literal, o pensamento epicurista. No entanto, com base no estudo de historiadores da filosofia, é possível levantar algumas frases ditas por ele ou retiradas de seu ensinamento. Algumas que condensam o seu pensamento são:
Fontes
EPICURO. Tradução de José Cavalcante de Souza. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Col. Os Pensadores).
Fonte: Brasil Escola - /filosofia/a-etica-epicuro.htm